Todo o Tempo do Mundo
O autocarro pára e o vento sossega um pouco pelos meus cabelos. Descemos cuidadosamente e colocamos os pés na calçada, sem qualquer pressa. De mochila às costas começámos a nossa caminhada, de coração exaltado, e sempre de mão dada. Entre brincadeiras e abraços, a rua é nossa e percorremo-la com descontracção. Na estrada, os carros correm apressados, e nós, alheios à pressa dos outros, demoramo-nos nestas ruas, entre brincadeiras e beijos, pensando ter todo o tempo do mundo.
Vemos os prédios gastos e em decomposição, de quem certamente não teve todo o tempo do mundo para os tornar habitáveis. As solas dos nossos sapatos ecoam pela rua deserta, porque há quem não tenha todo o tempo do mundo para vaguear ou passear pelas ruas calcetadas. O sol torra-nos a face. Tentamos cobri-la de beijos para não nos queimarmos e só depois com a água que nos refresca o olhar e a alma sem pressa.
Dás-me a mão novamente, desta vez um pouco molhada, e continuamos a nossa caminhada por estas ruas que fazem lembrar serpentes matreiras. Não nos cansamos de rir, de assobiar ao vento e de observar o cenário do nosso passeio ainda a meio.
Entre brincadeiras e abraços, fazemos planos para o presente. Talvez ir até beira mar, molhar os pés, ou então nadar.
Entre brincadeiras e beijos, fazemos planos para um futuro próximo. Talvez casar, ter filhos, ou então namorar.
Entre brincadeiras e abraços, fazemos planos para a vida. Sentimos a brisa do mar, molhamos os pés, vamos nadar...Porque temos todo o tempo do mundo, e agora é o tempo de amar!
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